terça-feira, 28 de abril de 2020

Move Along - Capítulo sessenta e sete.

~Andy on~
            Eu já estava na casa ao lado quando os demais meninos chegaram.
            - Me conta agora que merda aconteceu – Ronnie disse assim que abriu a porta de entrada.
            - A mãe dela apareceu aqui – Joe começou, todos estávamos em pé no meio da sala.
            Todos os meninos da banda estavam presentes, incluindo Oliver que parecia ter sido o primeiro a chegar, antes mesmo de mim, e Ronnie que acabará de aparecer.
            - Que porra que essa mulher estava fazendo aqui? – Oliver se manifestou, aparentemente era o mais desesperado ali.
            - Aparentemente elas não têm um bom relacionamento – Jinxx disse.
            - Um péssimo relacionamento – Alex começou –, na verdade ela veio morar com a gente justamente por estar fugindo dessa relação. Ai essa maluca apareceu aqui exigindo que ela voltasse pro Brasil, até bateu na (Seu Nome), e foi ai que ela saiu correndo sabe-se lá pra onde.
            E então, como um flashback, eu me lembrei do blog que ela escrevia, me lembrei das marcas em seus pulsos e de todos os seus textos desesperados, de como ela implorava abertamente por amor materno naquele site, amor que aparentemente nunca recebeu.
            - E onde está a mãe dela agora? – Perguntei – Também procurando por ela?
            - Longe disso – Joe disse –, depois que notamos que a (Seu apelido) tinha fugido, Alex e eu nos desesperamos, ela simplesmente pareceu não ligar, ai...
            - Ai eu quase bati nessa piranha e a mandei de volta pro Brasil – Alex o interrompeu.
            - E vocês acham que ela voltou mesmo pro Brasil? – Ash perguntou.
            - Não faço ideia, mas se aparecer aqui, eu não sei o que sou capaz de fazer – Alex continuou – a briga depois que a (Seu apelido) sumiu já foi bem feia...
            - Mas agora temos que encontra-la – Joe passou as mãos no rosto – e precisamos da ajuda de vocês, pois não fazemos a mínima ideia de onde começar.

            Nós começamos a procura-la imediatamente, apesar de não sabermos por onde começar nos dividimos em duplas e saímos em busca da nossa fugitiva. Estávamos Oliver e eu, em seu carro, indo em direção ao centro da cidade quando, parando em um sinal, ele socou o volante e pareceu lacrimejar.
            - Puta que pariu – ele rosnou.
            Eu não sabia o que dizer, aquela situação estava me preocupando tanto quando a ele, meu coração estava acelerado e eu queria encontra-la desesperadamente e abraça-la para garantir que tudo estivesse bem. Mas ninguém sabia que eu me sentia assim.
            - Você consegue acreditar nisso? – Ele disse, eu o olhei confuso e ele continuou: – Ela sumiu por causa da mãe dela – o sinal abriu e continuamos nosso caminho –, você consegue acreditar em uma mãe que machuca o filho dessa forma?
            - É por isso que ela está aqui... – eu fixei os olhos no para-brisas molhado pela garoa que caia, rapidamente me recordando do dia em que a conheci, aqueles olhos verdes brilhando ao me reconhecer, seu pijama encharcado...
            - É por isso que conhecemos ela – ele me tirou de meus devaneios –, mas sinceramente, eu preferiria que ela fosse amada, mesmo isso significando que nunca a conheceríamos.
            - Oliver... – ele me olhou rapidamente antes de voltar os olhos na estrada – você sente algo por ela? Você a ama?
            - Mais do que tudo nesse mundo, meu colega.
            Eu suspirei e joguei a cabeça para trás, encostando-a no banco. Parece que todos a minha volta amavam aquela garota, mas é claro, quem não amaria uma mulher tão incrível como essa? Uma menina com o sorriso que seria capaz de pôr fim a guerras e curar o câncer, com os olhos tão brilhantes quanto a sua imaginação. É impossível não se apaixonar por ela.
            - Mas cara – eu o olhei, e ele estava rindo de canto –, eu a amo como alguém da minha família, não estou apaixonado por ela.
            Ouvir aquilo tirou uma tonelada das minhas costas, e eu nem mesmo sei o porquê.

Continua...

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