quinta-feira, 23 de abril de 2020

Move Along - Capitulo sessenta e quatro.

            Já faz quatro dias desde que soube das notícias sobre o Andy e eu, e faz quatro dias que eu não saio de casa por medo de ser fotografada ou alguém descobrir mais alguma coisa sobre mim. Faz dias que também não vejo o Andy, nem mesmo pela janela do quarto, talvez ele não queira mesmo me ver mais.
            São dez da manhã e eu estou trancada no imenso banheiro do meu quarto, parada de frente para o espelho e esfregando as mãos no cabelo. Minha caixa de som está quase no volume máximo.
            Caralho eu adoro essa música!
            Eu pego uma escova de cabelo e começo a dançar pelo banheiro enquanto acompanho a música, mesmo não sendo uma boa dançarina.
            - So lay down with me, let the river run dry. It's Sunday in the six-day war.
            A porta do meu banheiro abre bruscamente, e o Alex entra gritando:
            - MEU DEUS (SEU NOME)...
            - Smile, Darling, don’t be sad – eu continuo cantando, agora apontando para ele – Stars are gonna shine tonight! – Ele riu. – O que foi? – Perguntei enquanto abaixava o volume do som.
            - Que zona que você fez nesse banheiro hein? – Ele olha em volta, o chão e a pia do banheiro estavam completamente cor-de-rosa.
            - Foi uma emergência – eu ri, ainda com tinta nas mãos, rosto e roupas –, meu cabelo já estava completamente desbotado.
            - Você não é normal não
            - Eu nunca disse que era – ele ri
            - Termina ai e desce para a sala, temos uma surpresa!
            - Eu deveria matar vocês
            - Mas não vai – ele diz saindo do banheiro e fechando a porta.
            “Cacetada”, eu murmuro enquanto vou em direção ao chuveiro para enxaguar o cabelo recém-pintado.
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            Eu desço as escadas para encontrar Alex e Joe conversando no sofá, já havia limpado o banheiro e secado meu cabelo, o que demorou um pouco mais do que o esperado. Aquilo estava realmente uma zona.
            - Gostei do cabelo – Joe diz me olhando enquanto me jogo no sofá.
            - Obrigada – eu digo passando as mãos pelo meu novo cabelo
            - Alias – Alex me olha –, nós temos um presente para você.
            E eu quase havia me esquecido, não fazia ideia de que era possível esquecer algo assim, mas hoje era o dia do meu aniversário. Fiquei um pouco surpresa ao me lembrar disso, mas nunca liguei muito para essa data.
            - Mas vocês já me deram um presente – eu os olhei, confusa.
            - Esse é melhor do que os outros – Joe exclamou
            - Acho difícil superar...
            - Acredite se quiser – Alex se manifestou –, nós somos capazes de tudo.
            Assim que Joe se levantou para buscar o meu “presente surpresa” a campainha de casa tocou, e todos ficamos imóveis, encarando uns aos outros. Quem poderia ser a essa hora da manhã?
            - Eu não posso acreditar que algum dos meninos tenha vindo aqui tão cedo para me parabenizar – eu ri – mas eu sou tão incrível que pode ser possível.
            Joe, que já estava de pé, foi em direção a porta e a abriu. Ele ficou alguns segundos em silencio, parado e encarando a imagem em sua frente. Alex e eu não fazíamos ideia do que estava se passando, mas pela expressão de Joe não poderia ser boa coisa.
            E eu estava mais do que certa. Era algo péssimo.
            - SURPRESA! – Minha mãe exclama, passando por Joe, que ainda estava em silencio junto à porta. – Sentiu minha falta, princesa?
            Eu mal conseguia respirar...
Continua...

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