Acordei
e olhei no relógio digital na estante da minha cama, são 9:30 da manhã. Cara
como eu consegui acordar tão cedo? Realmente morar em Ohio esta mexendo comigo.
Levantei e fui ao banheiro, escovei os dentes e prendi o cabelo em um coque,
sai do banheiro e me troquei.
Desci e não encontrei
os meninos na sala, fui para a cozinha e tinha um bilhete na geladeira.
~
Bilhete on ~ ([estava escrito em português])
Hey (Seu apelido),
nós saímos um pouco cedo hoje, não queríamos te acordar porque você parece o
Lucifer quando é acordada cedo kkkk. Bom, nós fomos na casa da Anne, Alex vai
terminar com ela \õ/ Parabéns para nós, conseguimos o que queríamos. Depois nós
vamos (ou fomos) no mercado, podemos demorar um pouco, mas não é tanto. Não se
empolgue. Haha’
Joe
Lindo e Alex Babaca
~
Bilhete off ~
Eu
ri com a idiotice desses meninos e joguei o bilhete no lixo, abri a geladeira
e, realmente, eles precisavam mesmo ir ao mercado. Peguei uma jarra de suco e
coloquei um pouco no copo, coloquei a jarra de volta na geladeira e subi
tomando o suco. Entrei no meu quarto, coloquei o copo na estante e abri a
janela – a janela de frente continuava fechada, queria saber a quem ela
pertencia – e a porta da varanda. Olhei o movimento da rua, não passava muitos
carros ali ou não passava muitos carros ali de manhã, voltei pra dentro peguei
meu copo de suco e sentei na cama.
-
O que eu vou fazer agora? – Pensei comigo mesma.
Acabei
de tomar o suco e coloquei o copo de volta na estante, fiquei olhando para a porta
da varanda durante um tempo, não estava pensando em nada. Voltei ao “mundo
real” e olhei para os meus pulsos cobertos pela manga da minha blusa, desci um
pouco a manga e vi aquilo que me persegue.
Passei
os dedos sobre os cortes e fiquei tentando me lembrar de quando eu comecei a
fazer aquilo. Não deveria ter tentado lembrar, pois eu consegui.
~ Flashback on ~
Hoje
é meu aniversario de 14 anos, cara como o tempo passou. Minha irmã mudou muito,
antes ela era mais “muleque”, digamos assim, se bem que ela tem 21 anos, e de
acordo com a minha mãe aquela fase já deu o que tinha que dar (Ela começou a se
comportar mais como menina quando fez 17), mas eu gostava do jeito “muleque”
dela, queria ser como ela.
Mãe:
(Seu nome), se comporte direito.
Eu:
Mas mãe, eu quero ser como a Morgan (-qq)
Mãe:
Por isso mesmo, se comporte como uma menina.
Eu:
Mas eu quero ser como ela antes.
Mãe:
(Seu nome), pelo amor de Deus ~ me pegou pelos ombros e balançou ~ Vista este
vestido e se comporte como gente.
Eu:
Mas eu vou ser gente, mesmo se vestir essa calça com aquele tênis.
Mãe:
~ pegou o tênis que eu estava apontando ~ Que droga, vou jogar isso fora.
Eu:
Mas eu gosto desse tênis.
Mãe:
Por isso mesmo.
Minha
mãe saiu com meu tênis e minha calça nas mãos, porque ela não me deixava ser
como a Morgan era? Coloquei o vestido que minha mãe estava me obrigando a usar.
Sai
do quarto e minha mãe olhou para mim.
Mãe:
Agora sim ta parecendo gente.
Eu
não disse nada, apenas escutei. Nós todos saímos e fomos a um restaurante.
A
noite estava sendo longa, não aguentava mais aquelas pessoas que eu, ao menos,
conhecia. Voltamos para casa e fomos cortar o bolo \õ/ a melhor parte de uma
festa de aniversario, depois fui falar com meus verdadeiros amigos u-u Alex,
Joe e Sophia estavam lá.
Joe:
PUTA \õ/ ~ me abraçou ~ Feliz aniversario.
Eu:
Obrigada puto ><
Alex:
~ me tirando do abraço do Joe ~ Vaza maluco ~ me abraçou ~ Ela não precisa de
você, ela tem á mim! u-u ~ rimos ~ Feliz Aniversario vaca ^^
Eu:
Obrigada ciumento u-u ~ rimos ~
Eu
olhei para o lado, pouco antes de abraçar a Sophia e vi a (Sua mãe) olhando
para mim, ela estava irritada.
Soh:
VAZEM, a diva ta aqui.
Eu:
ONDE? ONDE? Não to vendo.
Soh:
Aqui ~ abriu os braços ~\õ/
Eu:
Af, achei que era uma diva mesmo ~ rimos ~
Soh:
Vem aqui bobona ~ abraço ~ Parabéns ^^
Fiquei
conversando com eles e eles me deram presentes \õ/ Ganhei blusas de bandas de
cada um deles. Cara, adoro eles. Ficamos zoando até a (Sua mãe) chegar e olhar feio
pros meninos e pra Sophia.
Mãe:
Vamos (Seu nome), você deve ir falar com a sua avó.
Eu:
Ok ^^ Já venho galera \õ
Eu
estava um pouco longe, mas ouvi o que minha mãe dizia para os meninos.
Mãe:
Não quero mais vocês com ela.
Joe:
Porque? ‘-‘
Mãe:
Vocês são má companhia pra ela.
Soh:
Mas somos os melhores amigos dela u-u
Mãe:
Não ligo. Ela tem que arrumar boas companhias, vocês não são boa influencia
para ela.
Alex:
Desculpe, mas o que? Ela gosta da gente, você não quer ver sua filha feliz?
Mãe:
Não ligo, ela vai andar com quem eu deixar. Não ligo se ela estará feliz ou
não, ela não tem tamanho para escolher as companhias.
Soh:
Mas...
Mãe:
Nada de mas. Não quero que a (Seu nome) vire puta que nem você.
Os
meninos seguraram a Sophia, porque ela queria avançar em cima da minha mãe.
Mãe:
Bom, vocês sabem onde fica a saída. Já podem ir, vocês não tem mais nada para
fazer aqui.
Entrei
na casa da minha avó e a abracei.
Avó:
Parabéns (Seu apelido) *--* Tudo de bom u-u
Eu:
Obrigada avó ><
Avó:
O que houve? Porque esta com essa cara triste no seu aniversario?
Eu:
Minha mãe. Porque ela não deixa eu ser amiga do Joe, Alex e da Soh?
Avó:
... Não sei te dizer.
Eu
ouvi minha mãe me chamar, pedi com licença para minha avó e fui ver o que ela
queria. Ela me apresentou á um tal de Carlos.
Carlos:
Oi linda *--*
Eu:
Oi... Carlos?
Carlos:
Isso mesmo ^^ É seu aniversario né?! Parabéns!
Eu:
Obrigada, agora vou ind...
Carlos
segurou meu braço e eu olhei pra ele.
Carlos:
Fique aqui comigo, gracinha.
Eu:
Não, preciso ir. De verdade.
Carlos:
Nada disso, a princesa vai ficar aqui comigo.
Ele
me puxou para mais perto dele e, provavelmente, iria me beijar. Seus lábios
estavam a poucos centímetros do meu, ele estava segurando meus braços, chegava
a machucar. Ele encostou os lábios nos meus e eu senti um nojo profundo, fiquei
enjoada e senti vontade de vomitar naquele exato momento. Me afastei.
Carlos:
Só um selinho? O que é isso gracinha, termine o que começou.
Eu:
Sai do meu pé chulé (-qqqqq)
Carlos:
Que isso fofa, me beija logo. Sei que você quer.
Eu:
Não quero ~ empurrei ele ~ vaza menino.
Carlos:
Você ainda vai me implorar por esse beijo u-u
Eu
ignorei aquele comentário ridículo e desci para minha casa, que dia. Ainda não
estava acreditando que a minha mãe disse aquelas coisas para os meus amigos.
Fui ao banheiro, fiz minha higiene e voltei pro quarto, me troquei e morri na
cama.
No
dia seguinte eu levantei, fui ao banheiro, fiz minha higiene e voltei ao meu
quarto. Olhei no guarda roupa e não encontrei minha calça jeans, lembrei que
minha mãe tinha pegado ela ontem, peguei uma das blusas que o Alex tinha me
dado e coloquei, uma blusa do Guns n’ roses, peguei um shorts preto e coloquei.
Sai do meu quarto e fui para a cozinha, não tinha ninguém lá, estranho, tomei
café e fiquei na sala assistindo filmes de terror e comendo besteiras a tarde
toda *u*, quando deu umas 19:50 meus pais e minha irmã apareceram.
Eu:
onde vocês foram?
Mãe:
Comprar roupas, para você.
Eu:
E porque não me levaram, eu tinha que escolher.
Morgan:
Olha sua roupa, é por isso que não deixamos você escolher nada.
Mãe:
Exatamente. Toma, agora você vai andar como gente.
Eu
peguei algumas sacolas que ela me entregou e olhei-as – elas estavam lotadas de
vestidos, saltos, maquiagens e essas coisas – o que era aquilo?
Eu:
Não vou usar isso. ~ estiquei as sacolas de volta para minha mãe ~
Morgan:
Vai ficar vestida como uma favelada então? ~ subiu para a casa da minha avó ~
Mãe:
Você vai SIM. ~ estava me puxando para o quarto ~
Eu:
Mas eu não gostei.
Mãe:
Não ligo, quem manda em você sou eu.
Ela
abriu meu guarda-roupa e pegou todas as camisas de bandas que eu tinha –todas
que eu tinha eu havia ganhado – e jogou-as na cama.
Eu:
O que você vai fazer?
Ela
não respondeu, apenas pegou uma tesoura e cortou todas elas, ela parecia irada.
Não estava acreditando no que estava vendo, porque tudo aquilo? Ela olhou pra
mim e tentou tirar minha camiseta, eu não deixei.
Eu:
Não. Para. O que você ta fazendo?
Mãe:
ME OBEDEÇA, TIRE ESSA CAMISETA.
Eu:
Mas eu...
Não
pude nem terminar de falar e ela cortou minha camiseta no meu corpo mesmo, ela
cortou meu ombro sem querer, acredito eu, também. Eu vi o sangue escorrer, ela
também viu, mas não ligou apenas pegou minhas blusas rasgadas e levou-as para
fora.
Eu:
Porque fez isso?
Mãe:
Porque eu sou sua mãe, e mando em você.
Estava
sentada no chão do meu quarto com lagrimas nos olhos quando eu ouvi a Morgan.
Morgan:
Cortou tudo aquelas merdas?
Mãe:
Sim, acho que ela esta chorando lá no quarto agora.
Morgan:
Ela chora por qualquer coisa, ela é...
Mãe:
Fresca ~ ela completou ~
Aquelas
palavras doeram na minha alma.
Morgan:
Bom, vou dormir na casa do meu namorado.
Mãe:
Ok, beijo.
Eu
estava quase chorando quando eu ouvi a minha mãe gritar para mim.
Mãe:
Vou dormir. Vai você também logo.
Pai:
Boa noite.
Eu
não respondi nenhum dos dois, estava com raiva e triste e eu olhei para o meu
ombro e vi ele com um corte e o sangue escorrendo até minha barriga e pingando
no chão ao meu lado.
Morgan
disse que eu sou fresca por estar chorando, disse que eu choro por qualquer
coisa. Eu estava cheia de ódio dentro de mim, até que senti algumas lagrimas
escorrerem pelo meu rosto, não sei se de ódio ou de tristeza.
Levantei-me
e fui ao banheiro, tranquei a porta e me olhei no espelho e eu estava com
aquela maldita maquiagem, que essas pessoas me obrigavam a usar, toda borrada.
Lavei meu rosto e fiquei me encarando por alguns minutos. Eu estava cheia de
raiva, eu tinha ódio dentro de mim, minha vontade era de sair e quebrar tudo
naquele lugar, mas eu me segurei. Continuei com as mãos apoiadas na pia e me
olhando no espelho, fechei a mão em um punho e apertei, queria expressar minha
raiva, senti minha unha cortando a palma da mão, mas não senti dor, apenas vi o
sangue escorrendo.
Fiquei
observando por alguns segundos o sangue que estava na minha mão pingar no chão
e formar uma pequena poça, depois minha raiva voltou. Estava tão silencioso
aquele local que eu conseguia ouvir o som das gotas pingado no chão, e aquilo
me deixou mais irritada. Abri as gavetas da pia com toda força do mundo, achei que
elas iriam sair com a força que usei, revirei todas elas. Não estava procurando
nada, só queria ver se a minha raiva passaria. Abri a ultima e achei uma caixa,
um pouco escondida, com varias laminas.
Eu
parei e observei aquela caixa por alguns segundos e me perguntei o porque
alguém daquela casa precisaria daquilo, mas um tempo depois eu descobri que
quem precisaria daquilo era – ninguém mais ninguém menos – que eu. Não pensei
duas vezes antes de enfiar minha mão naquela caixa, não estava com medo de me
machucar, com toda a força possível. Porque aquela maldita raiva não passava?
Porque as lagrimas ainda insistiam em cair? Porque a dor não saia de mim? O que
era aquilo que eu estava sentindo? Seria medo? Solidão? Tristeza? Raiva? Ou,
até mesmo, carência?
Peguei
uma lamina qualquer daquela caixa e sentei-me no chão de frente a pia, ao lado
da porta, fiquei encarando a lamina e as lagrimas insistiam em cair, elas não
paravam, senti o gosto doce de uma lagrima no meu lábio e a raiva aumentou. Não
pensei mais e, simplesmente, cravei a lamina no meu pulso e deslizei-a por lá.
Minhas
lagrimas rolavam pela minha face conforme o sangue escorria pelos meus pulsos.
Seria aquilo a melhor forma de lidar com tudo o que estava acontecendo? Sim,
esta é exatamente a melhor forma de lidar com tudo o que esta acontecendo,
principalmente para mim. Principalmente agora.
Fiz
vários cortes em meus pulsos. Isso poderia doer em muitas pessoas, mas a dor
que eu sinto por dentro é bem maior, MUITO maior. Assim que parei de chorar
parei de passar a lamina em meu pulso, levante-me e coloquei a lamina, cheia de
sangue, em cima da pia.
Abri
o armário da pia descontroladamente e achei uma gaze, tirei o sangue do meu
pulso colocando-o em baixo da torneira – doía um pouco, mas aquela dor me fazia
esquecer da dor de dentro, ou pelo menos eu achava que fazia – e enrolei meu
pulso com a gaze. Me olhei no espelho, eu estava toda descabelada e com a
maldita maquiagem borrada, mais borrada ainda. Minha aparência estava
repugnante, será que era assim que a (Sua mãe) queria que eu ficasse? Seria
assim a aparência de “gente” que a (Sua mãe) tanto fala? Porque é assim que ela
esta me deixando.
Eu
tenho nojo do que eu vejo no espelho, porque aquela menina não sou eu. Aquela
menina de olhos borrados não é a (Seu nome). Aquela menina é uma desconhecida.
Aquela menina sofre, chora escondido, e se corta. Seria esse “alguém” um
verdadeiro “alguém”? Seria essa menina uma menina considerada “normal”? Seria
essa menina o meu novo “eu”? Essa menina é a (Seu nome) a partir de agora? É,
eu acho que sim!
Vi
uma lagrima escorrer lentamente pelo meu rosto, e carregar com si um pouco da
minha maquiagem, sequei aquela lagrima com raiva e arrogância. Então quer dizer
que sou fresca Morgan? Não vou ser mais, não a partir de agora.
-
Não vou mais chorar, não por essas pessoas. Nunca mais. Por ninguém. – Pensei
vendo aquela menina sofrida refletida no espelho, a minha “nova eu”.
~ Flashback off ~
Chegava
até a ser engraçado como aquelas pessoas me odiaram por anos e esperaram que eu
nunca percebesse isso, como elas estariam agora sem alguém para julgar por
motivo algum? Aquelas lembranças ainda me machucavam, sempre iriam machucar.
Mas o que me deixava melhor era saber que os dias ruins passaram, e os dias de
sol ainda estão por vir.
Dias
ruins são necessários, para os dias bons valerem a pena. Por que depois da
tempestade sempre vem a calmaria!
Continua...
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Respondendo comentários (OMG *o*):
Dead Moon: Também adorei essa
parte *o* Hehe, então você vai adorar o próximo capitulo, ele finalmente aparece \õ/ Mas ela só conhece ele no 16 :/ kkkk Pois é, a maior emoção quando comentam, né?! Kkkk Continuei u-u
Então continua logo pra chegar no 16 chessuiss!!!
ResponderExcluirAhushausha ta parei haha
Eu adorei o cap... E eu amei o jeito que vc fez a amizade deles assim perfeita e acume de todas as coisas... E eu acho q a mãe dela (no caso a minha mãe) é uma puta... Tipo como assim fazer isso com a própria filha que imbecil!
Espero que tudo fique bem a partir de agora =3
continua logo =3